Hoje em dia, nas prateleiras dos mercados da fé, tem ministério pra todos os gostos.
Hoje, quando falamos de ministério lembramos: glamour, status, fama e poder. O que um microfone não faz? Ninguém quer ministério por detrás das malhadas! E detrás das malhadas, nos lugares inóspitos e não conhecidos, também tem ministério.
Jesus disse para não julgarmos, mas nos instruiu à discernir. No que diz respeito a discernimento, vejo Lobos pastores em nosso meio, e isso é preocupante. Vestem a camisa das instituições e organizações. É um assalto à cada culto em ovelhas sinceras, com falácias persuasivas, boa retórica e discursos motivantes, palestras que chamam de pregação, mas não há nada de pastorado neles. Muitos iludidos pelo status que o ministério é uma novela, Show da Fé ou algo do tipo fácil. Encantados pelos marqueteiros da fé. Afinal de contas, a fé que engana é algo que vende bem. A fé que engana é a fé fundamentada no que não é Evangelho, e sendo assim, no que não é Cristo.
Quantas "campanhas" de publicidade da fé. "Sete dias da prosperidade", "doze dias de benção para o ano", "a oração dos 1000 pastores", “se eu orar por você sete vezes a sua sorte mudará” como se Deus agisse por ordem humana e por número e não por coração e graça. A benção não é mais favor divino, agora é por mérito de eternos jejuns e campanhas.
As disciplinas espirituais antigamente usadas para alinhar o coração, hoje usadas como modo de barganha com Deus. Enganadores! Pajés da Fé! O evangelho pregado hoje deixou de ser "Cristocêntrico", para ser "templocêntrico" estar no prédio chamado igreja (com i minúsculo, é claro, neste caso) é mais importante.
Ser cristão é não compactuar com o Sol que nasce sobre os injustos. Afinal, aí daquele que tocar no "ungido"... ou ainda "quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vão se arrepender!" Essas são as músicas cantadas, tão cheias do "Deus de Amor"
Na verdade, acho que Deus nem nada haver com isso. A experiência de vida cristã é medida não por frutos dignos de arrependimento, mas pra aquele a quem o evangelho é eficaz! Se a praga não chegar a sua casa, se Deus te der tudo em respostas rápidas e sem esforço (vitória e prosperidade é o que conta), então você é um cristão. Afinal, cada cuspe é uma semente pra nascer dinheiro! E o amor que é a marca d discípulo? Cadê? Sumiu!
Vudus gospel com nome de atos proféticos, figas da fé com um toque de positivismo e determinismo, águas do rio Jordão, sacralizando o que é natural. Você escolhe! A prateleira da fé falsa está cheia. O nome de Jesus é usado sem temor algum, mas como um amuleto. Transformação deixou de ser de dentro pra fora, mas de fora pra dentro. O objetivo de satanás, não é te tirar da igreja, mas te enganar, distorcer a verdade. "Ah, eu curei no teu nome Jesus! - Apartai-vos que eu não vos conheço!" A experiência de vida cristã não está no glamour, mas no conhecimento de Deus. E isso se dá através de um relacionamento.
É desse contexto de fé vendida que gente com fé sincera vem a um treinamento missionário. Desafiados por Deus a ser como Jesus.
O Pedrão tinha sua vida tão sob controle. Vivia da pescaria, essa era sua profissão. Sua religião: Judaísmo zelota, que até andava armado. Meio revoltado, sempre pronto pra um confronto. Acho que sabia se defender. Não andava muito de acordo com o sistema corrupto da religiosidade de sua época. Celebravam uma liberdade, sub-julgados pelos romanos. Porém, tinham sua esperança na vinda do Messias. O messias seria o libertador, o resgatador, aquele que daria o sentido! De tantas placas e denominações, havia o sentido em comum: - Cristo.
Acredito que sua caminhada com Cristo era seu seminário. Tinha contas a pagar? Ficava em dívida? -Com certeza! Afinal, pescou a noite toda e nada pegou. Havia dias que o mar não estava pra peixe. Viviam batendo em sua porta! Quantos impostos e mensalidades pra pagar! Até que o Mestre-Criador indica-se onde os peixes se escondiam e em outra situação tirou o dinheiro da boca do peixe. E nessa caminhada com o Mestre, quis desistir, quis voltar atrás, chegou até a negá-lo... Mas o mestre o pediu para cuidar de seus pequeninos. Jesus não desistiu de nós.
Pra muitos seminaristas como Pedro, que entraram no barco do chamado, ou indo mais longe, no barco da vida cristã. As ondas gigantes das dificuldades como a solidão, o abandono, a fome, a carência e principalmente a lição da dependência é algo tão difícil. Até porque gostamos de estar no controle, é tão complicado deixar o volante!
A sensação de que o "chão" foi tirado ao ouvir a palavra do Mestre: - Vem.
Mas Como pode? Era pra eu prosperar! Sou Filho de Deus!
Na verdade, nos deparamos com Àquele que nos ensinou a ter a fé verdadeira. A Fé que acontece em meio ao caos. Israel aprendeu isso. Pedro aprendeu isso. Eu aprendi isso. “- Duro é este discurso Jesus!", ao ouvir a mensagem do Sermão do Monte. A Fé verdadeira nos faz enxergar a luz, quando tudo e apaga e sermos diferentes. No seminário da vida com Cristo, não vestimos a camisa de uma instituição, mas de um reino. O amor é a marca que nos faz chegar ao outro, e amá-lo. Aprendemos a cuidar dos pequeninos. Aproximamos-nos do Mestre, não porque Ele multiplica pães. Mas porque ele dá sentido, direção e salvação. Na prática a certeza de que quando as nossas expectativas são frustradas na vida e ministério e o chão nos é tirado, quando faltam as coisas que "precisamos" a Palavra do Mestre, nos faz andar sobre as águas.
Ministério é assim. Um andar sobre as águas na dependência da vida com Deus. E isso não nos isenta a passar pelos problemas, mas nos habilita a passar e vencer. Foi assim quando há anos troquei a camisa da organização e vesti à camisa do reino. A camisa, Pedro e Eu.
Muito massa Andy! Gosto muito dos seus textos... Que Deus continue te iluminando e encorajando a escrever sobre as verdades do Evangelho de Cristo! Deus te abençoe!
ResponderExcluirMuito Obrigado amigo. Devolvo ao Senhor toda a honra, porque dele é que vem toda sabedoria e inpiração! Saudades imensas de ti!
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