Quem é você sem o seu instrumento #3




As coisas mudam de acordo com seu campo de visão. 


Certo dia, enquanto estudava perspectiva em uma das aulas do meu curso, esse fator me chamou muita atenção. Se você tem um cubo a sua frente, ele irá te revelar detalhes diferentes de acordo com a posição em que você está o observando. Na Bíblia, notamos o mesmo ao ler os quatro evangelhos. E para quem está integrando uma equipe de louvor, isso não é diferente. 

Os instrumentos estão muy afinados. Os equipamentos, tinindo, deixam o som fuir de modo brilhantemente bonito. As pessoas comentam: "nossa, que som abençoado". Instrumentistas comentam entre si ao final do culto: "tocamos bem". Glória a Deus. Mesmo? 

Pare. Respire. Te convido a olhar esse cubo de outro ponto de vista. É hora de descer do altar e, claro, já adianto que irei listar dois motivos importantes para se fazer isso. Por hora, permita-me dizer algo. 

Levante a bandeira de alerta quando tudo parece estar indo perfeitamente bem. Tudo tecnicamente bem executado? Ótimo! A igreja elogia o conjunto? Beleza! Os irmãos cantam com o ministro os refrões das músicas sem que precise colocar a letra no projetor? Legal! Entretanto, é justamente aí que mora um certo perigo chamado soberba. Com o tempo, a excelência se torna orgulho, e esse acaba por tirar a humildade, simplicidade e espiritualidade da coisa toda. 

Pausas são sempre bem-vindas. Falo em todos os sentidos. Primeiramente, vou me referir à pessoas. Uma pausa é sempre boa. 

Há momentos em que o ministro precisa se desarmar da sua função para se derramar em adoração. Deixe um pouco o microfone de lado e venha cantar com o coro. Cheirar a ovelha também é um atributo essencial para um músico cristão. 

E, mais do que isso, quando ministramos, estamos doando aquilo que recebemos de Deus. Em determinados momentos, é necessário fazer uma pausa para que possamos nos encher novamente. Afinal, se na sua represa não chover, pode apostar que uma cidade irá ficar sem água. E as pessoas terão de se mudar. 

"Selah". Essa é a palavra. Ela representa essa pausa. Talvez um tempo para observar os vários ângulos do cubo possa te fazer muito bem. Lembre-se como é estar de volta ao começo. Ou talvez esse selah signifique que é hora de você parar de ministrar e deixar que a música fale por si mesma. Sem voz. Apenas as melodias. Naquela longa introdução. Ou naquela ponte instrumental. O Salmo 150 retrata o quanto um instrumento pode louvar a Deus também. Nele, o salmista atribui vida a objetos inanimados (no caso, os instrumentos de cordas). Não, esse salmo não fala sobre voz. Antes que alguém pense, as batizadas "cordas" vocais (que na verdade são pregas) não são a referência do poeta da Bíblia. Até porque, no final, ele diz: "tudo o que tem fôlego louve ao Senhor". Ele não diz "todos" e sim "tudo", o que reforça a ideia de falar diretamente sobre coisas (e não pessoas). E, claro, instrumentos também possui vida. 

Recapitulando, deixe-me listar aqui (para simplificar) os dois pontos importantes sobre a pausa (os quais disse que iria explicar):

1. Pare para olhar a perspectiva. 
As coisas podem estar bem de acordo com certo ponto de vista (do altar). Mas talvez "o som não esteja saindo" do lado de baixo. 

2. Pare para encher-se. 
Você também precisa se encher, e para isso é necessário se esvaziar de tudo e de si mesmo por um tempo. 

Por hora, vou parar por aqui. Semana que vem terá mais um post dessa série. Fiquem ligados!

Até mais, fiquem com Deus. Yo!
Raniery Seles Blogueiro

O Ranny é um garoto que vive num mundo de aventuras, onde há rios de Toddynho e muitos heróis e magias. Quando está no mundo real, ele é Diretor de Arte, Ilustrador (que desenha uma webcomics, chamada Herostoria), gamer (e sonha em trabalhar com GameDev.) e treinador Pokémon nas horas vagas. Quando ele não está envolvido com nada disso, pode ter certeza de que ele está dormindo.

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