Quem é você sem seu instrumento #1



 Na foto: Elevation Worship.

Alguém sobe no púlpito. Um cumprimento singelo. Cadeiras são ocupadas, e o povo direciona o olhar para o mesmo lugar. Bíblias se abrem: um pequeno trecho é lido, e uma oração é feita em sequência. E assim se inicia mais um culto. Em seguida, o período de "louvor" se inicia. Como já sabemos, as músicas possuem poder, e elas são responsáveis por mudar completamente a atmosfera do lugar, abrindo corações para que a palavra plante a sua semente.

Da liturgia do culto já sabemos. Isso é de praxe. Abster-me-ei de falar sobre isso. Quero abordar justamente aqueles que fazem parte dessa liturgia acontecer: os músicos. Sim, eles mesmos: amados e queridos por parte da igreja por serem, digamos, "bem vistos". E muito bem. São os artistas da casa, pessoas em evidência e qualquer outra nomenclatura que se encaixe aos pelo menos trinta minutos de holofotes gospel. Talvez eu esteja exacerbado quanto ao foco que os ministros recebem. Talvez não. Tentem me entender.

Os músicos na igreja possuem um papel tão fundamental quanto o membro que senta na última cadeira da igreja. Pode parecer um paradoxo, mas é uma verdade. Se todos os instrumentistas pensassem assim, teríamos igrejas com menos artistas e mais ministros. É fácil se intitular "levita", o difícil é compreender que o sujeito não passa de um cidadão que desempenha um cargo musical em sua igreja. É tão simplório encher o peito para afirmar que é um "ministro", sendo que o tal permite que a música se encerre apenas para receber os aplausos no final. Isso quando não pede ao povo que aplauda "o nome de Jesus". 

Nossas igrejas estão passando por péssimos bocados por conta de péssimas pessoas em evidência. Estamos cantando os versos errados, compreendendo as verdades distorcidas, colocando Deus na parede para pedir uma bênção. E cremos que tudo isso está correto. Certa vez, Gabriel Wilson (ministro e produtor musical da Bethel Church em Redding, Califórnia), me disse: 

Como você quer que a sua igreja esteja daqui a cinco anos? Para onde você quer guiar o povo e onde pretende chegar?
As pessoas cantam versos sem os entender, e são esses versos que regem a multidão fazendo-a caminhar. O ministro tem o poder de guiar um povo através da música.
O poder de guiar pessoas. Denso. Mas é uma verdade. Escolha bem suas canções, e veja pessoas mergulhando verdadeiramente na presença de Deus. Monte seu setlist baseando em músicas de petições e, voilá, veja um povo sedento por bênçãos de Deus. Entretanto, quero deixar esse assunto para tratar posteriomente. Pois, antes das músicas, vem o ministro. Irei, por hora, ancorar o assunto sobre essa pessoa: você, músico encubido de transmitir a mensagem de Deus com seu instrumento ou voz.

A tarefa de ser ministro é algo que transcede as quatro paredes da igreja (templo físico) ou até mesmo o coração da igreja (você). Porque, antes de subir no altar, é necessário descer às catacumbas do seu ser. E tirar a máscara (ou as máscaras, caso você use mais de uma). O ministro - antes mesmo de ministrar - deve ser ministrado por Deus. E é nesse bastidor que vou me aprofundar inicialmente.

Longe dos olhares de admiração do povo. Ao desplugar seu instrumento e guardar seu microfone. Após as luzes da igreja se apagarem. Ao chegar em casa e se deparar com os problemas de sempre... Quem é você?

Quando ninguém está vendo. Nos dias em que não há culto. Quando o calo aperta ou quando não há música que te traga paz à alma. Quem é você?

Ou, sendo mais direto...

Quem é você sem o seu instrumento?

Quero que você reflita nessa questão. Aqui não cabe uma resposta pronta. Os versos bíblicos ficam por sua conta, caro leitor(a). É uma questão que deve ser respondida não por você, mas respaldada por Deus. O que Ele tem a dizer sobre você? 

Meditem nessa questão. Na semana que vem (próxima quinta-feira) irei adiante com o tema. Fiquem com Deus e até mais!
Raniery Seles Blogueiro

O Ranny é um garoto que vive num mundo de aventuras, onde há rios de Toddynho e muitos heróis e magias. Quando está no mundo real, ele é Diretor de Arte, Ilustrador (que desenha uma webcomics, chamada Herostoria), gamer (e sonha em trabalhar com GameDev.) e treinador Pokémon nas horas vagas. Quando ele não está envolvido com nada disso, pode ter certeza de que ele está dormindo.

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